O Brasil como nação nasceu em 1822 por ato do então príncipe regente Dom Pedro I, que no dia 7 de setembro daquele ano, proclamou que o Brasil não mais pertencia ao Reino Unido de Portugal e Algarves. Dom Pedro I fazia uma cansativa viagem do Rio de Janeiro à São Paulo para aproximar-se do baronato cafeeiro do vale paraibano. A documentação da viagem, feita no lombo de burro –  e não nos garanhões da pintura de Pedro Américo –, registrou, inclusive, os problemas intestinais do jovem regente, entre os quais teria proclamado o grito de “independência ou morte”.

A autonomia, no entanto, havia chegado antes, com o desembarque no Rio de Janeiro da família real em fuga do exército napoleônico, em 1808. Semanas antes, numa parada em Salvador, Dom João VI liquidara o monopólio português sobre os portos. A renda real sempre viera de impostos. Era do interesse da Coroa intensificar o comércio do Brasil com outras nações. Para alguns historiadores, essa foi a real independência. A abertura dos portos fortaleceu irreversivelmente as oligarquias locais e suas ambições políticas. Dom João VI também trouxe o Tribunal de Justiça para o Rio, a Biblioteca Nacional, permitiu a realização de missões científicas e viu-se no Brasil um ciclo de desenvolvimento – e produtivo – inexistente até então.

Em 1820, uma revolução em Portugal obrigou a família real a voltar. Dom Pedro I havia ficado como regente. Com a independência, foi proclamado imperador. Houve vários conflitos com Portugal, que quase dividiram o Brasil em pequenos países. Só em 1825 Portugal reconheceu a independência com um tratado de paz e uma indenização de 2 milhões libras. Sete de setembro será uma sexta-feira, segundo o calendário 2018.