Dia do Trabalhador 2018

O feriado do Dia do Trabalhador, e não Dia do Trabalho, remonta à uma longa história de lutas pelos direitos trabalhistas no mundo todo. Em 1 de maio de 1886, trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, organizaram uma greve-geral e manifestações com ampla participação popular pela regulamentação da jornada de oito horas. As manifestações, que duraram pelo menos quatro dias, foram duramente reprimidas. Oito civis e sete policiais morreram. A violência deixou ainda centenas de feridos. Cinco sindicalistas foram condenados à morte e três, à prisão perpétua. O episódio, que ficou conhecido como a Revolta de Haymarket, foi lembrado posteriormente em diversas manifestações trabalhistas.

Em 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu convocar na data manifestações mundiais em favor da jornada de oito horas. Muitas pessoas tiveram de morrer nas várias manifestações subsequentes até que 30 anos mais tarde, em 1 de maio de 1919, o Senado Francês ratificasse a jornada de oito horas e o 1º de maio como feriado. No Brasil, na ditadura de Getúlio Vargas, em seu esforço de controlar os nascentes movimentos sindicais, transformou o 1º de maio no “Dia do Trabalho”. Pode parecer uma pequena alteração semântica, mas foi o suficiente para provocar uma grande mudança no propósito da data.

Em vez de ser um dia de protestos por melhores condições de trabalho, o 1º de maio brasileiro tornou-se um dia de festas populares ao melhor estilo pão e circo da Roma antiga, nas quais as centrais sindicais brasileiras organizam shows gratuitos, o sorteio de apartamentos e carros zeros. Isso até os dias de hoje. Segundo o calendário 2018, a data será comemorada numa terça-feira.

imagem: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Wilson Dias/ABr, publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil